“Como pode o menor, compreender o maior? Como pode a razão, finita,
atingir o infinito?” J. Dryden
atingir o infinito?” J. Dryden
Deparei-me (correção automática do Word me fazendo escrever bonito) com um problema em todas as vezes que tentei escrever algum texto para postar nesse blog, qualquer assunto que eu começava a abordar tinha uma amplitude muito extensa, e de fato isso é normal em qualquer matéria relacionada com os estudos de filosofia oculta, há uma interligação em tudo, uma coisa leva a outra e o que é aprendido hoje explica o porquê outro algo estudado mais adiante. Sendo assim, pra evitar textos grandes e cansativos, vou explorar os assuntos de forma superficial, e SE preciso aprofundar mais eu o faço, e SE por acaso alguem realmente chegar a ler esses textos, responderei às perguntas na área de comentários, sempre que for preciso. =D
O infinito é um conceito que atrai muitas pessoas, não é raro encontrar alguem usando o símbolo lemniscata (∞) como tatuagem ou pingentes, essa atração pode ser justificada por um impulso inconsciente de conhecer e sondar esse conceito (ou por falta do que fazer mesmo), isso foi um dos motivos que me levaram a querer escrever esse texto.
De forma genérica, nas correntes de pensamento da filosofia oculta o Infinito e Deus são inerentes, ambos podem ser considerados semelhantes em conceito, porém neste caso a ideia de Deus não é como a de algumas religiões, que o compreendem como um ser com sentimentos, desejos e necessidades humanas, mas sim, como o Todo, Absoluto e Incognoscível que tem fonte no Infinito e Sua essência presente em tudo que existe no Universo.
“Sob as aparências do Universo, do Tempo, do Espaço e da Mobilidade, está sempre encoberta a Realidade Substancial; a Verdade Fundamental.” – O Caibalion
Certa vez o rabino H. Goldstein questionou Einstein se ele acreditava em Deus, o físico respondeu: "Acredito no Deus de Espinosa, que se revela por si mesmo na harmonia de tudo o que existe, e não no Deus que se interessa pelo destino e pelas ações dos homens".
Não concordo em dizer que Einstein estava inteiramente correto no que disse, mas já é um grande passo no caminho do desenvolvimento espiritual alguem perceber mais claramente que Deus se manifesta pelo Universo, a Natureza e todos seus elementos constitutivos, como se fosse um a projeção, e que de certo há UMA fonte que a projeta, uma fonte de onde emanou e emana toda a Criação.
Então é necessário fazer aqui uma “distinção”, se existe UMA fonte de onde emanou toda a Criação deduz-se que existe um plano Transcendente (fora da criação) que foi/é responsável pela manifestação de tudo que existe na Criação (plano Imanente), ambos na verdade são um só, existindo essa separação somente para um melhor entendimento.
MAS MAN, o texto era sobre o infinito, o que as coisas a respeito da Criação do Universo têm a ver com isso?
Têm tudo a ver, e inclusive ao escrever esse texto estou tendo dificuldade desenvolver um assunto sem ter que me aprofundar no outro, já que pretendo escrever sobre Mitos Cosmogônicos somente mais adiante.
Quando se trata dos estudos e reflexões sobre a Criação do universo (Cosmogonias) basicamente todas as doutrinas, ensinamentos antigos e até mesmo teorias cientificas têm uma característica em comum, que é atribuir o inicio de toda a Criação do Universo a UM ponto singular que continha tudo que existiu, existe e possa vim a existir no mundo fenomênico, a própria palavra Universo mostra ser formada pela composição de duas outras, Uno e Verso, unidade manifestada na diversidade.
A teoria do Bing-Bang, atualmente a mais aceita pela comunidade cientifica, diz que antes do Universo se expandir ‘’existia’’ UM ponto com densidade infinita que continha todo o Universo de forma condensada, como uma mola infinitamente retraída e que pela ação de alguma força se expandiu originando tudo, mas devemos nos lembrar que o ponto que conhecemos habitualmente (.) não passa de uma representação gráfica e que um ponto geométrico verdadeiro é adimensional, ou seja, não existe objetivamente, surge essa interessante e importante informação, de que o ponto inicial da Criação era o Nada que continha Tudo, e essa informação se encontra também em diversas Cosmogonias de diferentes doutrinas e religiões antigas, e até mesmo matematicamente o Nada e o Infinito têm propriedades semelhantes.
![]() |
Uma representação gráfica de um ponto tem altura e largura (duas dimensões), um ponto verdadeiro é adimensional.
|
Na doutrina cabalista este Nada primordial é nomeado ‘’Existência Negativa’’, não no sentido de ser algo mal, mas no sentido de nomear uma condição de existência não manifestada do Universo a partir do qual se manifestou o Universo objetivamente. Por isso, quando se fala do Nada tem que se ter em mente que neste Nada já pré-existia toda a informação do(s) Universo(s) e também A Consciência (Poder Criativo) que fez a ‘’mola’’ do Big-Bang se expandir.
Ajuda muito a nossa compreensão entender que umas das características mais evidentes do Universo é a vibração, a física nos ensina que tudo que existe VIBRA, o movimento gera a existência manifestada, portanto a condição de Existência negativa (Nada) pode ser entendida como o potencial da Existência, a Existência não manifestada, ou seja, que não se movimentava, não vibrava e que estava em “hibernação” até que a Consciência, pela Vontade, fez vibrar e manifestar, originando a Criação.
Refletir a respeito do Infinito nos faz ter que entrar em assuntos muito sutis, que necessitam de reflexão para um melhor entendimento, apesar de ser o primeiro post do blog não é sempre que farei esse tipo texto, escolhi essa matéria porque considero o assunto como fundamental para assuntos que pretendo escrever no futuro (se eu não perder a motivação até lá).
Proximo texto será a continuação deste, mas com foco nos ensinamentos de algumas doutrinas antigas que nos mostram que oque tentei mostrar aqui já era conhecido pelos sábios de tempos antigos.